Wednesday 10 October 2012

Das reticências nas orelhas de livros

Escrito com o Dé.

nos rodapés
das nossas paredes
(páginas)
aquela velho e não mofado
poema  que deixa gosto
de sal
na ponta da língua
pra dar sede
ao coração

que floresce
a flor de sal da poesia...
que dá sede no jardim do poeta
que bebe sem medida
e se embriaga
do mesmo campo
sedento:
é sede que não
acaba no ponto
final

e o jardim inunda
a maresia
(a onda na crista
da poesia)

a maresia
que não enferruja
as dobradiças
mas destranca
as portas
e aposta
o rebento
na gestação
de uma pedra
(poesia na bravura
tanto bate até que
é.

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