Tuesday 9 June 2015

vitrum

te vestir de orações mal empregadas
e alfabetizar as veias do teu sangue
às línguas mortas 
esperar que tuas tromboses aprendam a ler 
as formas monstruosas se projetando num mesmo teto
com intervalos de cinquenta e dois segundos
entre um slide e outro
e quem sabe referenciar um roteiro de filme de terror
mas veja
tu dorme de luz acesa porque assistiu babadook
e tem medo braços longos demais pra alcançar qualquer coisa
sem dar voltas nas próprias coxas
e talvez tu ainda mantenha
bobinas de tesla
mas talvez
seja só um copo cheio de fluidos corporais
aquilo que encontraram na cabeceira dos teus sexos vazios
e vocabulários ocos de gaveteiros
assassinando repetidamente os cantos dos quartos
com pequenos choques de energia livre
e montes letras de pó 
escritas em livros de areia

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