pronuncio certas palavras repetidamente dentro dos meus intestinos pouco amados
agradeço à desgraça cotidiana e a obrigação de crescer
e a esse vento quente que ainda não foi embora
seja o que for o infortúnio ao pé da letra eu digo
que vem
pra que eu vire mais tempestade
essa guerra eu venço
eu digo pra ti
antes de vestir armaduras invisíveis e tu
me lembra que não as tenho realmente
mãos de cigana carregam espadas mas os corpos lutam
avulsos de proteção
as minhas fogueiras queimam o sol em terças-feiras e a vizinha
reclama
quem seremos nós nas lentes da boa vista
daqui a dez anos?
essas vozes todas
além da tua
se atirarão das pontes?
por enquanto, vive teu sonho sob os pombos
na iminência
de te cagarem a cabeça.
Sunday, 19 June 2016
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