o universo é um espasmo que aprendeu a recitar as ondas
pra dentro dos ouvidos dos vizinhos
que vibram em frequências diferentes e por isso quase não se pode vê-los
as dimensões mudam quando os olhos se desatentam
e já não captamos a hecatombe iminente que é viver todos os dias como se a luz fosse chegar
mas a estrela é morta no início do caminho
e a cintura de saturno está cansada de olhar de longe demais as curvas da nebulosa mais próxima
e cai um cisco no olho carmesim de Marte
e uma chuva de meteoros dentro de uma lata
de leite condensado
espera-se o efeito mola nos cantos dos cálculos do tamanho do infinito
e que possam engarrafar buracos negros para vender de souvenir em estações espaciais
até que alguém rasgue as leis da física
até que se caia para cima e a gravidade sorria com mais leveza e se descubra
que o acaso é um deus sem mãos
o cosmos é como qualquer coisa
*The Saddest Song - Morphine, trad. livre.
*The Saddest Song - Morphine, trad. livre.
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