Com André Monteiro.
por que não dar um porre
ficar bêbado
de vinho-tinta
inebriar o poeta
e vomitar o profeta
que quer blues na arte que pinta?
poeta é balão
de ar quente
que deixa rastro
eólico
pelas terras marítim(ic)as
de um quântico verso
líríco qual universo
Tártaro como o Elísio
poeta é Karamazov
é protótipo de Édipo
é Ham(let) aos famintos
é Palhaço ao poço
é... a gente quer valer
o pão de nó e osso
atalhado pela navalha
dos dias
das disritmias
no espelho debaixo do tapete
poeta é o chão esquecido
e os pés que dançam sobre o ar
é o interior revolvido do poema
e a onda que desfaz o mar
(dentro dos olhos
antes de chorar)
poeta é sazonal
feito de alma em mobral
e diz: rima acidental
Pra começar a estrofe diferente
sem o poeta, que se faz gente
e nem por isso deixa de ser poeta.
E sê-lo não o faz profeta
talvez um pouco mais poeta
repetindo-se na rima falha
Poeta não se alimenta de migalha
da alma de ninguém
e muito menos retém
o que a sua pode dar
poeta é armadilha...
Sunday, 10 June 2012
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