Se da curva do arquiteto
eu já não te sei
nem te (sou)be
e tampouco saberei
pois é tão perdida
quanto eu
em mim
À minha Brasília
branca e quadrada
de terra vermelha
terno e gravata
falta
a cor do irregular
Falta a umidade do ar
e das pessoas
que se esquecem
das próprias vidas
àtoas
deitadas no sofá
Nesta Brasília de cegos
os meus - dois - olhos
não são reis
de mim, nem de vocês
e se fecham, congelados
Aqui, nem alma eu sei direito
e o verso fica sufocado
estreito
e morre na falta de mar
Então me deixe voltar
pro sorriso de outrora
pro cordel, pavio, viola
pra onde o pulmão respira
sem bronquite
e meu nome é quatro letras
inteiras
na janela.
Wednesday, 15 February 2012
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Gostei muito desse e disso
ReplyDelete"Nesta Brasília de cegos
os meus - dois - olhos
não são reis
de mim, nem de vocês
e se fecham, congelados
Aqui, nem alma eu sei direito
e o verso fica sufocado
estreito
e morre na falta de mar".
Muito mesmo!