Eu ando d'um jeito que não sou coração de ninguém, nem mesmo o meu. Cadê, sabe? Não tem, não. Acho que nunca tive. Não tô descrente do amor. Só não creio nele para mim – por enquanto, como acontece toda vez que o vazio tá grande demais. E cheguei n'um ponto tão aqui dentro que a minha mão não me alcança mais. E nem o braço de ninguém.
Eu sinto falta da prosa fluindo em mim como era comum. Sinto medo, também. De repente, eu me deparei com o frio na barriga nada confortável que o bloqueio de si mesmo gera.
Gabriel García Márquez ficou um ano sem escrever um tantinho sequer... e se eu ficar assim? Não. Acho que não fico. Mas pro meu imediatismo latente, um mês já é uma vida e meia que eu escondi debaixo do travesseiro.
Vá lá, me transbordo ainda, muito. Tenho alma e quem tem alma vive um tempinho sem coração. Feito aqueles peixes que passam três dias fora do mar. Mas de todo jeito, três dias acabam.
Sunday, 18 December 2011
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